Um convite ao pensamento crítico
Depois de muito dizer “vou começar a escrever” e sempre postergar esse início, acredito que chegou a hora de parar de pensar e de fato começar a fazer. Não por acaso, hoje, antes de iniciar esse texto, lia um livro e me deparei com a seguinte frase: “conhecimento sem coragem não é eficaz”.
Só pode ser um chamado ou um lembrete claro: minha opinião ou visão de mundo não compartilhados, tem valor zero para as pessoas e pode produzir impacto zero onde acredito haver necessidade de mudanças. Por isso, aqui estou para dividir com vocês sobre a vida, com tudo que ela tem, em todos âmbitos, tentando aprender um pouco mais sobre essa jornada incrível que temos.
Como pano de fundo para esse registro, compartilho os aprendizados com a minissérie When they see us produzida pelo Netflix. Esse foi o ponto de partida para dedicar um pouco do meu tempo para falar sobre como ideias, crenças, valores e ativismo social dialogam conosco no dia a dia. Acredito que a minissérie será a base para alguns posts, pois ao desligar a TV vieram muitas reflexões sobre os vários lados de uma mesma história. Então, não se assuste se encontrar alguns outros textos usando o mesmo background para falar sobre assuntos diversos, realmente consegui ver muitos elementos para ricas reflexões.
Superada a divagação inicial, voltemos ao foco de análise, o triste episódio de estupro e tentativa de homicídio ocorridos em 19 de Abril de 1989 no Central Park, em Manhattan.
No Brasil, o nome escolhido para a minissérie foi “Olhos que condenam”. Eis o início para uma discussão sobre a influência de uma chamada e como essa chamada pode acabar enviesando um discussão. Ao encontrar uma atração com nome tão forte, não foi confortável tentar assistir sem encontrar quem eram os ‘condenadores’. E foi assim até o final, buscando por aqueles que condenam, por aqueles veem nos negros apenas a versão subversiva do ser humano e em todo tempo estão prontos para condenar.
Mas, afinal, será que o episódio do Central Park mostra apenas preconceito? Será que tudo, em todo tempo, é apenas uma conspiração contra os negros?
Ao longo dos episódios, o autor começa a trazer outros elementos que fazem parte história e antes de continuar, confesso que não sei exatamente o nível de profundidade e de verdade dos detalhes trazidos. Entretanto, a vida familiar, um pouco da rotina, o contexto do dia do crime e a vida após a condenação são apresentados.
Foi somente após assistir toda a história que surgiram algumas perguntas, com muitas ou nenhuma resposta, mas com um excepcional convite ao pensamento critico. E é com isso que chego ao ponto central deste texto, compartilhando um pouco das minhas percepções sobre conteúdo da minissérie, com um convite para a reflexão dos fatos que vivemos no nosso dia a dia, com a coragem para expor, verbalmente ou por escrito, sua visão de mundo, e principalmente, estar aberto para ouvir e debater com opiniões contrárias e/ou diferentes da sua.
Sobre “Os cinco do Central Park”, compartilho abaixo algumas perguntas que servirão de base para novas reflexões e para você que está lendo, quero convidá-lo para dividir comigo essa reflexão:
- Se os jovens estivessem no parque, sem estar cometendo pequenos delitos, o olhar para eles seria o mesmo?
- Por que estes jovens, a maioria com idade inferior aos 16 anos, estavam no parque cometendo pequenos delitos?
- A estrutura e histórico familiar apresentada na minissérie, influenciou no destino dos jovens?
- Qual o papel da condição socioeconômico dos jovens no desfecho de vida de cada um deles?
- Foi apenas preconceito?
São muitas perguntas, vários lados de uma mesma história e inúmeras possibilidades quando começamos a considerar outras condições para cada passo da situação. De modo geral, os resultados das coisas que acontecem em nosso dia a dia estão diretamente ligados a forma como se desenvolveu o nosso tecido social.
Com esse contexto, quem condenar? Quem vai condenar?
Pense, critique, reflita! Paro por aqui e aguardo a sua reflexão.