Eu tenho orgulho da pessoa que me tornei!

Messias Barbosa
3 min readMar 27, 2021

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Você consegue se olhar no espelho e rapidamente definir quem você é? Você é capaz de se reconhecer?

Forte, corajosa(o), humilde, perseverante, resiliente, emocionalmente instável, frágil, sempre em busca da excelência, com fome de aprendizado, arrogante, procrastinador(a), sonhador(a), ativo(a), medroso(a), preso(a) ao passado, sem planos para o futuro…

…e por ai vai! O que você leu acima não é a definição de uma única pessoa, são definições que você pode dar a si mesmo e talvez, realmente se vê em alguns dos atributos descritos. Mas se você não consegue ou tem bastante dificuldade de definir um conjunto de características que te definem, PARE! É hora de revisar muita coisa.

Eu ainda me lembro bem do primeiro emprego, de cada tarefa que executava, dos primeiros erros, os primeiros puxões de orelha e também dos primeiros elogios. Consigo lembrar que naquela primeira experiência estabeleci alguns princípios que norteariam minha carreira profissional, bem como os sonhos que coloquei para a minha jornada de entregas em em forma de trabalho.

Eu também me lembro da minha adolescência, de como me comportava com os meus amigos, da forma que me organizava para conseguir fazer todos os esportes que gostava, conciliar com as atividades da escola e no fim do dia, deixar meus pais orgulhosos do filho que crescia e se desenvolvia. Que fase incrível e de grata nostalgia.

Fazendo esse exercício de voltar ao passado, é fácil chegar numa versão onde tudo começou, com sonhos, crenças e convicções e até mesmo diretrizes de vida que definimos como inegociáveis. Difícil é reconhecer que ao longo do caminho, nos perdemos e deixamos a nossa essência, as nossas convicções e as vezes mal sabemos quem somos. Com o passar do tempo, a soma de todas as experiências que vivemos, ao invés de somar e reforçar tudo aquilo que acreditávamos e buscávamos como direcionamento de vida, acabou se tornando num catalisador de fragmentação da sua essência e até mesmo dos sonhos. Chegar a esta constatação pode embrulhar o estômago, mas essa certamente é a melhor sensação que podemos ter, pois você de fato encontrou a lucidez para reconhecer a condição que está.

Uma frase atribuída a um desconhecido pode soar como um alento para esse momento: “não tenha medo de perder pessoas, tenha medo de perder quem você é ao tentar agradar a todos”.

Já parou para pensar nisso? Quantas vezes você abriu mão de quem você era, daquilo que acreditava ou daquilo que sonhava para agradar alguém? Quantas vezes o medo de não agradar ou de não se sentir parte te fez abrir mão de parte considerável de quem você é? Se hoje você precisasse responder a pergunta abaixo, qual seria a sua resposta?

Você tem orgulho da pessoa que se tornou?

Proponho um exercício simples para testar a nossa “coesão de coerência” e entender quantas milhas nos afastamos ou não daquilo que sempre buscamos ser. Observe em seu circulo de amigos e/ou pessoas que costuma andar diariamente:

  1. Se essas pessoas tem convicções semelhantes com aquelas que você havia dito que não abriria mão?
  2. Se você se sente plenamente confortável de ser exatamente quem você é na presença dessas pessoas?
  3. Se seus defeitos, opiniões, sua forma de expressar a sua alegria e até mesmo seus sonhos, são espontâneos com esse grupo de pessoas?

Se existem alguns “nãos” nessas respostas, pare e reflita sobre a sua jornada, com quem anda, pode dizer bastante sobre quem você se tornou e talvez, pode ser assustadoramente diferente daquilo que você sempre buscou ser. Não se preocupe, a miopia tem cura!

Tenha muito orgulho de quem você é, tenha muito medo de perder quem você é, não tenha medo de desagradar pessoas buscando rigorosamente ser exatamente quem você é!

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